Xadrez Dominical – Ruanda

Caros leitores,

O Xadrez Dominical de hoje seguirá no novo formato, com cinco dicas e uma menção. O tema não poderia ser outro que não Ruanda, já que nessa última semana foi o aniversário de vinte anos do início do genocídio de mais de meio milhão de pessoas no país africano, em 1994. O tema foi abordado aqui no blog durante a semana; além das duas dicas valiosas presentes no post anterior, mais alguma hoje.

gorilaO filme Tiros em Ruanda, produzido em 2005 na Inglaterra, baseado na experiência do produtor da BBC David Belton, que estava em Ruanda durante o genocídio. O nome original do filme é Shooting Dogs (Atirando em Cachorros), uma referência ao fato das tropas da ONU não poderem atirar nos hutus que cometiam assassinatos, mas atirarem nos cachorros de rua que tentavam se alimentar dos corpos dos tutsis. Ao contrário de Hotel Ruanda, o filme foi produzido nos locais reais dos eventos.

Sinopse do AdoroCinema: Ruanda. Durante 30 anos, o governo de maioria Hutu perseguiu a minoria Tutsi. Pressionado pelo ocidente, o governo aceitou dividir o poder com os Tutsis, mesmo contra a vontade. Porém em 6 de abril de 1994 tem início um genocídio, que mata quase um milhão de pessoas em apenas 100 dias. Neste contexto um padre inglês e seu ajudante tentam fazer o que podem para ajudar a minoria Tutsi, mesmo tendo a opção de partirem para a Europa.

 

Outro filme é o canadense História de um Massacre, de 2007, baseado no livro Shake Hands with the Devil (Cumprimente as mãos com o Diabo, título original do filme), do general canadense Roméo Dallaire, chefe da UNAMIR, em que ele conta sua experiência em Ruanda. Assim como Tiros em Ruanda, o filme foi produzido nos locais reais dos eventos.

Sinopse do CineDica: Dallaire estava numa missão para monitorar o cessar-fogo estabelecido entre tutsis e hutus nos acordos de paz de Arusha. Quando o genocídio começou, ele pediu tropas e autorização para usar a força e deter os massacres. A ONU recusou. Pior ainda: a Bélgica retirou seus soldados, o maior contingente da missão, após a morte de alguns deles numa emboscada. O general Dallaire decidiu permanecer e fez o possível para agir numa situação extrema, com pouquíssimos recursos. É provável que ele tenha salvo milhares de vida, num comportamento que só pode ser qualificado de heróico. Mas ninguém cumprimenta o diabo impunemente: Dallaire quase enloqueceu. Voltou para o Canadá com depressão profunda, síndrome de estresse pós-traumático. Tentou o suicídio. Mas se recupera: aconselha ministros, dá palestras em universidades e fundou até uma ONG para ajudar crianças em Ruanda. O filme acompanha sua primeira visita a Ruanda, dez anos depois do genocídio. É a jornada de um homem que enfrenta os fantasmas do passado e também a história de um país que tenta se reconstruir.

 

Um documentário, dica da leitora e vizinha Ester, é Fantasmas de Ruanda, produzido em 2004 pela rede PBS, dos EUA. O documentário faz uma coletânea de diversas entrevistas chave, misturadas com depoimentos chocantes, além de tentar fazer um balanço do legado do genocídio, mais ou menos como feito por aqui no post anterior.

Documentário na íntegra

 

Outro documentário é Earth Made of Glass (Terra feita de Vidro), é um documentário de 2010, produzido em parceria com a HBO. O filme estreou no famoso Festival de Cinema de Tribeca. Conta duas histórias paralelas, uma envolvendo Paul Kagame, Presidente de Ruanda, e suas denúncias sobre o envolvimento francês no genocídio, e outra envolvendo um sobrevivente tutsi que busca os assassinos hutus de sua família. E os encontra. Infelizmente, só o encontrei com legendas em inglês.

 

Um livro, também dica de um leitor, Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, atualmente editado em formato de bolso pela Companhia das Letras, é um relato do jornalista Philip Gourevitch, que passou três anos em Ruanda. Infelizmente, não li o livro, mas confio na recomendação.

Sinopse da Companhia das Letras: Entre abril e julho de 1994 mais de um décimo da população de Ruanda foi exterminada, num genocídio só comparável ao Holocausto dos judeus sob o nazismo. Patrocinada pelo governo ruandês, a maioria hutu massacrou a minoria tutsi diante da indiferença da chamada “comunidade internacional”. A tragédia, supostamente motivada pelo “ódio ancestral” entre as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas. Durante três anos, o jornalista norte-americano Philip Gourevitch mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto cultural, político e étnico dos acontecimentos. Ouviu centenas de pessoas, reconstituindo o drama pessoal dos envolvidos na tragédia, fossem eles sobreviventes, assassinos ou cúmplices. Pesquisou as histórias recente e remota do país e, ao traçar o desenvolvimento das tensões étnicas em Ruanda, reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos colonizadores belgas e de outras potências ocidentais na região. Lúcido e pungente, o livro é ao mesmo tempo testemunho e reflexão sobre um dos episódios mais terríveis de nosso tempo, mostrando como, ainda hoje, a distância entre civilização e barbárie pode ser curta.

A menção de hoje não está relacionada diretamente ao genocídio. O filme indicado a cinco Oscars Nas Montanhas dos Gorilas, com Sigourney Weaver (indicada ao Oscar por sua interpretação) no papel de Dian Fossey, que foi assassinada em Ruanda, aos 53 anos, em 1985. Fossey foi uma das principais pesquisadoras sobre gorilas, e lutou por sua preservação, história que é contada no filme. Seu legado inclui organizações de pesquisa e de preservação, além de um parque nacional que serve de santuário para os gorilas das montanhas (que ilustram o post), ameaçados de extinção pela caça ilegal. Provavelmente seu assassinato está ligado ou à indústria da caça predatória ou ao turismo ilegal.

 

Sinopse do AdoroCinema: A luta da antropóloga americana Dian Fossey (Sigourney Weaver), que em 1967 viajou para Ruanda, na África, e durante toda a vida se dedicou à preservação dos gorilas da montanha, ameaçados de extinção em razão da caça indiscriminada. Dian utilizou todos os meios possíveis para protegê-los e esta luta se tornou uma paixão tão obssessiva que nem mesmo Bob Campbell (Bryan Brown), seu namorado fotógrafo, consegue demovê-la do seu objetivo. Dian faz tudo que é possível para impedir que atrocidades contra os animais sejam cometidas.

Gostaram? Não gostaram? Mais dicas? Comente.

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