Xadrez Verbal Podcast #328 – SVB, Europa e Ásia-Pacífico
Vamos até a Europa, com drone derrubado no Mar Negro e protestos contra a previdência na França. Recebemos o amigo Marco Gomes para nos explicar tudo sobre a falência do Silicon Valley Bank. Também passamos pela Ásia e pelo Pacífico, com o acordo entre Irã e Arábia Saudita mediado pela China. Giramos pelo mundo, a semana na História, peões da semana e dicas culturais fecham mais um programa da sua revista de política internacional em formato podcastal!
Você nem sempre tem tempo, mas precisa entender o que acontece no Mundo, ainda mais porque o planeta está uma zona. Toda semana, Matias Pinto e Filipe Figueiredo trazem pra você as principais notícias da política internacional, com análises, críticas, convidados e espaço para debate. Toda sexta-feira você se atualiza e se informa.
Dicas do Sétimo Selo e links
Livro De zero a um: o que aprender sobre empreendedorismo com o Vale do Silício, de Peter Thiel
Vídeo Ícaro de Carvalho no À Deriva e os canais de react comunistas ft. Arthur Petry, em João Carvalho reage
Filme Guerra ao terror
Filme Zona verde
Filme Honra ao mérito
Documentário Sem Dentes: Banguela Records e a Turma de 94
Thread de João Miragaya sobre a reforma do Judiciário de Israel
Fronteiras Invisíveis do Futebol #41 – Romênia
Matéria 1,100 scientists and students barred from UK amid China crackdown, por Hannah Devlin
Perfil de Fran Becher no Twitter
Repertório #2.20 – Irene Vida Gala
Perfil do Núcleo de Moot Courts UFU (rifa)
Site Jessup Brazil
Músicas de encerramento:
Playlist das músicas de encerramento do Xadrez Verbal no Spotify
Canal do Xadrez Verbal no Telegram
Minutagem dos blocos, cortesia dos financiadores do Xadrez Verbal
- 00:03:30 – Giro de Notícias #01
- 00:19:25 – Coluna Aberta: falência do SVB, com Marco Gomes
- 00:37:20 – Efemérides: A Semana na História
- 00:41:15 – Match: Invasão Russa à Ucrânia e Giro pela Europa
- 01:58:50 – Xeque: Bacia do Pacífico
- 03:17:00 – Giro de Notícias #02
- 03:37:20 – Peões da Semana
- 03:39:05 – Sétimo Selo
- 03:54:25 – Música de Encerramento #01
- 03:58:25 – Música de Encerramento #02
Ouça o podcast aqui ou baixe o programa (clique com o botão direito do mouse e use a opção “Salvar como” para baixar)
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A revista de política internacional do Xadrez Verbal é feita na Central 3, que está no Apoia-se
Filipe Figueiredo é tradutor, estudante, leciona e (ir)responsável pelo Xadrez Verbal. Graduado em História pela Universidade de São Paulo, sem a pretensão de se rotular como historiador. Interessado em política, atualidades, esportes, comida, música e Batman.
Como sempre, comentários são bem vindos. Leitor, não esqueça de visitar o canal do XadrezVerbal no Youtube e se inscrever.
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Xadrez Verbal 
Mais uma vez. “Coluna” é um substantivo masculino. Segundo as regras de concordância nominal, o artigo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Então, o correto é “coluna na qual”.
javaped, o que tu quer ta mole amigão!!
Sendo assim, MVL está para a política igual Mick Jagger está para o futebol…
Olá Srs. do Xadrez.
Sobre o drone derrubado no Mar Negro:
As imagens são evidentes. O primeiro caça passa muito perto do drone despejando querosene.
O segundo faz a mesma coisa, só que se aproxima demais e acaba tirando uma lasca, atingindo a hélice do drone.
É possível ver isso no vídeo que se tornou público. Após a segunda passagem, a ponta da hélice do drone está torta. E provavelmente atingiu também alguma superfície de comando.
Não parece lógico conseguir abalroar a ponta da hélice sem acertar também alguma superfície de comando, como profundor e leme, embora no caso do Reaper essas nomenclaturas talvez não se aplicam adequadamente pois a empenagem (cauda) tem as superfícies de controle em formato “Y”.
Mas por que despejar combustível?
O drone é turbo hélice. Ou seja, é uma turbina que impulsiona um eixo, caixa de redução e coisa e tal, girando a hélice.
Como em vários modelos de aviões e helicópteros civis. Só para citar, os nossos Bandeirante e Brasília são aviões turbo hélice.
E como se trata então de um motor tipo “turbina”, diferente de um motor a pistão, o combustível é querosene.
Quase todo motor no mundo que usa combustível precisa de três coisas para funcionar, seja o motor do carro, do cortador de grama ou do Boeing 787. Precisa de Combustível, Comburente e Faísca.
Escrevo “quase todo motor” porque no caso dos motores diesel o processo é um pouco diferente.
Enfim, se tem explosão ou chama, tem essas três coisas. Até para acender uma vela.
O combustível do drone está armazenado nos tanques e o comburente, no caso o oxigênio, é “sugado” da atmosfera.
Ao despejar querosene no entorno do drone a intenção fica evidente.
Fazer o motor do drone ingerir querosene, modificando radicalmente a mistura. Um motor para funcionar adequadamente precisa de X combustível e Y comburente. Isso é a tal mistura. Pode até variar um pouco para mais pobre ou mais rica.
Muito combustível é uma mistura rica, pouco combustível é uma mistura pobre. Se essa proporção for radicalmente alterada o motor apaga, na melhor das hipóteses. Pode até sofrer danos catastróficos.
Vale lembrar o papel do “afogador” nos antigos motores a explosão, para facilitar a partida.
Restringe um pouco a entrada de ar, de modo que a proporção conta com mais combustível , deixando assim temporariamente a mistura mais rica.
Ao que tudo indica a estratégia era causar uma pane. Seja uma pane no motor do drone ou mesmo um dano estrutural por conta da turbulência do rasante.
Mas parece que um piloto russo errou a mão e deu ruim. A estratégia do despejo de combustível, ainda que teoricamente, parece interessante. E pode ser uma tática recorrente…mas isso são conjecturas. Não sabemos.
Outro ponto é que desde o primeiro dia da guerra drones americanos estão circulando no Mar Negro, inclusive alguns bem maiores que esse Reaper. Muitas vezes é possível acompanhá-los em serviços como o FlightRadar24. Geralmente usam o callsign FORTE, seguido de um número. FORTE40, FORTE41 etc. Quase todo dia tem uma voando por horas, com trajetórias “ovais” de Leste Oeste.
É isso. Parabéns pelo trabalho e espero ter colaborado.
Senhores,
Agradeço por terem corrigido o problema com o final dos áudios no Castbox. E que cãibra mental foi essa? Serguei Shoygu, ministro da Defesa dos… Estados Unidos?
Abraços!
Filipe, em neerlandês o ditongo “ou” é aberto – então o nome da cidade Gouda soa mais como “HHauda” (o queijo mesmo é chamado pelo gentílico, «Goudse kaas», ou “HHautse kaas”, queijo de Gouda). Abraço!
O termo mais “correto” pra ejeção do combustível é alijamento de combustível, mas deu para entender perfeitamente o uso de “ejetar”.
Se os estadonidenses reclamam que houve “toque” dos Sukhoi no drone e os russso negam. Temos que ter acesso aos áudios do VAR!
Olá Matias e Filipe. William, do Québec em Foco. Comentando sobre o massacre na Alemanha, obrigado pelo comentário de vocês. De fato, o assassino/atirador/terrorista foi Testemunha de Jeová e, segundo a DW e o próprio site de Relações Públicas das Testemunhas de Jeová na Alemanha esclareceram que o assassino havia se dissociado (por conta própria) e não sido desassociado. A diferença entre ambos é que, na religião, quem se dissocia sai voluntariamente da religião (o que no casso do assassino, ocorreu há cerca de 2 anos) e quem é desassociado é quem passa por um comitê religioso (formado por três anciãos + a pessoa acusada de ter cometido um pecado). Caso o comitê religioso, chamado na religião de “comitê judicativo”, entenda que a pessoa não esteja arrependida do que se entende por seu pecado, ela é desassociada. Ela ainda poderá recorrer da decisão e passará por um comitê judicativo formado por três anciãos diferentes.
Em ambos os casos, após a decisão pela expulsão (por desassociação ou dissociação), a maioria das pessoas da antiga congregação (igreja) deixará de ter convivência com a pessoa desassociada até que ela seja readmitida, se a pessoa fazer um pedido formal e o comitê judicativo julgar que a pessoa está suficientemente arrependida. Isso se baseia na interpretação de alguns textos bíblicos que falam para “cessar de ter convivência com quem se diz cristão e praticar” certas coisas. Relações familiares, em tese, só sofrem a perda de associação “espiritual” – ou seja, quem continua sendo Testemunha de Jeová não fala sobre assuntos da religião com a pessoa que não é mais. O fato de cortarem laços com ex-membros é um dos maiores motivos de críticas contra as TJ’s.
Gostei do link com o Mandaloriam. Mas para as Testemunhas de Jeová, apóstata é alguém que é ou já foi Testemunha de Jeová e que fala ativamente contra os ensinos da Bíblia ou da própria religião. Ou seja, não, é alguém que só pensa diferente, mas é alguém que se torna um ativista das ideias que sejam contrárias a compreensão da religião do que a Bíblia diz.
Por fim, para que alguém seja desassociado, além de “apostatar”, as seguintes coisas levam à expulsão (caso não haja arrependimento): uso contínuo de drogas para fins não medicinais (o que inclui cigarros), relações sexuais fora do casamento (quer heterossexual, quer homossexual), uso de violência, assassinato, roubo, fraude, abuso de menores, impureza grave (tal como formas repulsivas de pornografia), bebedeira (a bebida é permitida, mas beber a ponto de ficar bêbado pode levar à desassociação), calúnia, injúria, linguagem obscena, ganância (como jogatina, extorsão, etc), recusa a sustentar a família (no caso dos homens), violência doméstica, ocultismo, espiritismo, idolatria, etc.
A propósito, as Testemunhas de Jeová são pacifistas. Isso significa que, em suas regras, as TJ’s não usam armas. As que tem armas, não são consideradas exemplares e não podem exercer cargos de confiança em uma congregação (igreja). Por isso, há pouquíssimas Testemunhas de Jeová policiais. Também, alistar-se em quaisquer forças armadas (ou até mesmo ter um trabalho que envolva a indústria de armamentos ou guerra) levará a pessoa a passar por uma comissão judicativa para uma possível expulsão. Além disso, elas são neutras na política e em conflitos políticos. Não votam em candidatos (embora no Brasil compareçam às eleições) – de nenhum dos espectros políticos. No entanto, defendem que devem respeitar as leis e as autoridades, incluindo o pagamento exemplar de impostos.
Espero que tenha esclarecido quaisquer dúvidas. 😉
A) Além de A História Oficial (1985) a Argentina teve o filme Camila (1984) indicado ao Oscar. História do romance trágico e real de um padre com uma dama da sociedade sob a ditadura Rosas.
B) O Oscar e de filme em Língua Estrangeira. Além de ser um filme estadunidense O Beijo da Mulher Aranha foi produzido na língua inglesa, impedindo ser apresentado como concorrente na categoria. Ja teve 2 filmes britânicos indicado por terem diálogos em galês.
C) Kashoggi era cidadão saudita com visto de residência nos EUA.
D) Lembrar que a Russia vai inaugurar um novo cosmódromo em seu território.
Sobre o condenado japonês cujo caso foi reaberto devido a provas de DNA, eu sugiro para quem quiser uma escutada no podcast “Salvo Melhor Juízo” sobre o Direito Japonês (SMJ#89) para ter uma outra visão do país neste quesito. É muito, muito “diferente” pra usar um eufemismo. A questão da Yakuza também é surpreendente.
Há um mangá chamado “Na Prisão” (de Kanuishi Hanawa, editora Conrad), que descreve os anos na cadeia do autor. Bastante sufocante. Para quem quiser se aprofundar.
Fala pessoal, sou super fã e acompanho o programa desde que amigos me sugeriram o programa das “fadas” na Coreia do Sul. Parabéns pelo trabalho. Fiquei com uma dúvida aqui. Como pode a Foxconn ter fábricas em Taiwan e na China Continental ? Não existe regra pras empresas em relação a isso ? Grande abraço
Meus grandes queridos e companheiros diários nas minhas trajetórias de carro pelo trânsito caótico do Rio de Janeiro Felipe e Matias!
Gostaria de comentar sobre a ideia sugerida no penúltimo programa sobre a transmissão do Xadrez Verbal com imagens no Youtube. Acho que, por mais que vocês não tenham convidados recorrentemente, poderiam fazer isso ao menos uma vez, seria uma experiência muito bacana acompanhar vocês falando ao vivo e vendo seus rostinhos lindos!
Além de aproximar um pouco mais o público, um episódio “especial” como esse poderia chamar outros tipos de audiência, principalmente aqueles que gostam também do estímulo visual e não conseguem escutar Podcasts apenas com áudio, conheço alguns assim.
Espero que levem em consideração o comentário! Se vocês lerem, gostaria de mandar um forte abraço nos capilares linfáticos do meu grande amigo Bruno Marcondes, recém formado em Ciências Sociais, na Unirio, que tem o desejo de se tornar Presidente da República desde criança e que me indicou o programa há alguns anos, o que me condenou a nunca mais deixar de ouvi-lo.
Saudações ao Filipe e Matias,
Poderiam mandar um salve ao meu amigo Frederico Lomonaco?
Ele se tornou um cidadão alemão, a famosa Bundesrepublik Deutschland!
Boa, Matias, falou um russo bem legal no “последние новости”. Só uma observação (que eu já fiz aqui…tsc, tsc, tsc..). O “o” no russo, quando não está na sílaba tônica, se pronuncia como “a”. Assim, uma pronúncia mais fiel seria “pasliêdnyie nôvasti”. Mas gostei muito do esforço. E, por favor, mandem uma braço para a Alice, a Diana e o Fabrício (que deve estar bem triste, porque mais uma vez o Mengão desclassificou o vasquinho). Grande abraço e vocês dois e obrigado pela pílula semanal de informação e inteligência.
Queridos Filipe e Matias!
Trazendo algumas atualizações da Lituânia.
No último fim de semana tivemos o 2º turno das eleições de concelhos regionais e prefeitos da Lituânia. Com a exceção das maiores cidades – que têm um concelho regional e um municipal – as outras regiões votam pelo prefeito e apenas pelo concelho regional.
Exemplo:
Vilnius tem um concelho tanto para a cidade quanto para a região de Vilnius (que inclui as seniūnijas, a menor divisão administrativa da Lituânia que equivale a um vilarejo). Já Silale, que é tanto uma região quanto uma cidade (mas de apenas 5000 habitantes) tem apenas um concelho regional. O concelho regional é liderado pelo “prefeito”, que é um misto estre prefeito e governador para nós. Foi apenas a 3ª votação direta para prefeito, que até 2015 ele era eleito pelo concelho. O concelho é formado por voto de representação proporcional.
O maior perdedor das eleições foi o União da Pátria – Democratas-Cristãos Lituanos (TS-LKD), que interessantemente é o principal partido da coalisão de governo e também a maior bancada do Seimas (parlamento lituano). Ele hoje tem metade dos concelhos que tinha há 10 anos. O interessante é que ele perdeu na zona rural e nas pequenas cidades, mas ganhou na capital – mas ainda assim perdeu as outras 2 maiores cidades: Kaunas e Klaipeda. O líder do partido é o Gabrielius Landsbergis, atual ministro de relações exteriores e que se envolveu em várias polêmicas ano passado, como permitir que trens carregados de fertilizante bielorrussos embargados pelos EUA fossem exportados pela Lituânia, pelo porto de Klaipeda ou de comprar briga com a China por causa de Taiwan, a qual simplesmente apagou a Lituânia dos registros e começou a recusar todas as exportações lituanas. Outro fator é a desilusão econômica. A Lituânia teve a 5ª maior inflação Europeia (quase 19%), e hoje tem quase o mesmo custo de vida da Itália, mas um salário mínimo de apenas 607 euros. O inverno é rigoroso, chegando aos 30 graus negativos em algumas noites, e os preços do gás ou da lenha se tornaram quase proibitivos. O partido também teve membros envolvidos em escândalos sexuais. O governo é liderado Primeira Ministra Ingrida Šimonytė, que também é dos Democratas-Cristãos.
Lembrando que o atual presidente Gitanas Nauseda (como a última presidenta, Dalia Grybauskaitė) é independente.
Os grandes vencedores foram os Social-democratas, membros da oposição e, atualmente, apenas a 6a maior bancada da câmara. Eles ganharam 375 assentos regionais e 9 municípios. Interessante notar o crescimento do Partido da Liberdade (o PSOL lituano), talvez mostrando um cenário mais otimista do que na vizinha Estônia.
O primeiro turno também teve o maior comparecimento dos últimos 20 anos com (pasmem!) 48,93% de comparecimento.
Além disso, acho que é interessante mencionar que o parlamento votou, por unanimidade de 114 votos, uma resolução que estabelece o status da Rússia como um Estado terrorista e que está correndo um projeto de lei que visa criminalizar, atualmente ilegal.
O objetivo é estabelecer legalmente que o Partido Comunista da Lituânia como responsável pela ocupação da URSS: genocídio de cidadãos lituanos, crimes contra a humanidade, crimes de guerra, deportações, extermínio de partisanos ( lituanos e tortura. A discussão entre alguns lituanos é que a medida vem tarde demais, além de indagarem o quão lituano era o partido comunista lituano durante a URSS, e se o real responsável não seria o PCUS.
Um forte abraço e até a próxima!
A frase ” está correndo um projeto de lei que visa criminalizar, atualmente ilegal” ficou imcompleta.
O correto é “está correndo um projeto de lei que visa criminalizar O PARTIDO COMUNISTA LITUANO, atualmente ilegal.
Incompleta*
Tô mal de teclado
Saudações Felipe e Matias, poderiam mandar um abraço pro Blond Joseph Married Eater, ele fez uma referência a vocês no blog Ah negão! Um abraço pra vcs, excelente programa como sempre!
Ahh eu fiquei doente e só agora vi a resposta sobre o ChatGPT. Eu sei que essa não é uma “mídia” boa pra responder (eu não imagino que vocês vão me responder denovo no programa), mas eu só queria esclarecer:
A) Eu tinha concordado sobre “ser racista”, e, sobre precarização, eu não tava ciente da história dos quenianos (que eu não vou dizer que é tãããããooooo precarizado assim — US$2/h é, em reais, 1.5 salários mínimos –, mas ok, engulo que dá pra chamar assim).
B) Mas eu vou insistir na palavra “incompleto”. O que eu quis dizer é que *todo* (sem exceção!) “sistema de IA” é incompleto. O buscador do Google, o tradutor do Google, o reconhecedor de fotos do Facebook, o recomendador de produtos da Amazon, pode escolher… todos eles são incompletos. Foi isso que eu quis dizer. Na real, “não faz sentido” falar em “sistema de IA” que tenha uma “base de dados completa”. E o motivo é justamente esse que o Filipe mencionou: porque todo dia tá acontecendo algo novo. Teria que ficar “retreinando” a IA todo dia. Com novos dados, coletados hoje. E amanhã já vai ser “incompleto” denovo. Se liberassem o ChatGPT hoje, com dados de hoje, e amanhã caísse Bakhmut, alguém ía dizer que a base de dados é “incompleta” denovo. (e esse “retreinar” é meio complicado, não só porque é custoso, mas porque pode estragar o que já tava funcionando)
Mas é ainda pior: o ChatGPT não é um “sistema de IA” que “sabe” qualquer coisa ou pode ser “atualizado” com uma “base de dados”. Tipo… pra dar mais detalhes, o ChatGPT é um “modelo de linguagem”. No nível mais básico, ele recebe um “contexto” (o começo de uma frase, e.g., “eu comprei um”) e o trabalho dele é adivinhar a probabilidade da próxima palavra (talvez ele diga que “celular” é uma palavra com alta probabilidade, e que “Turquia” tenha baixa probabilidade). E daí repete (pega “eu comprei um celular” e pergunta a próxima palavra denovo — e talvez ele dê alta probabilidade ao “.” e baixa probabilidade a “Nokia”). Isso é literalmente tudo. Então não faz nem sentido falar em “base de dados” (pelo menos não do jeito que a gente tá acostumado a pensar): ele não tem uma “base” de dados… ele só aprendeu a identificar probabilidades de palavra depois de palavra (e, por acaso — e é isso mesmo, é puro acaso, e nada garante isso — essas probabilidades acontecem de, às vezes, levar à composição de frases que representam conhecimento humano).
Biu não é Bill
Na última edição o Felipe leu um comentário de um colega ouvinte que, ao brincar com a coisa de traduzirmos todos os nomes para o português, mencionou que deveríamos nos referir ao “Severino Portões”, o único problema é que o senhor Portões não é “Biu” e sim “Bill”. Biu (assim com “u” mesmo) é uma corruptela de “Birinu”, que virou “Biu” e é de fato apelido de Severino, principalmente no nordeste do Brasil. Já “Bill” é que é o apelido para William, caso do nosso caríssimo William Henry Gates III, que em português é “Guilherme”, logo o mais correto seria nos referirmos a ele como “Gui Portões”. E já que estamos falando de Guilhermes, estranho mesmo seria assistir ao Jornal Nacional apresentado pelo “Guilherme Ereção” (ou “Guilherme Pau-Duro”, na versão ‘family unfriendly’). Ok, o “Bonner” do William tem dois enes e “ereção” em inglês tem um só (boner), mas a piada é boa demais pra perder.
Olá Matias e Filipe. Gostei da indicação do filme Green Zone com Matt Damon. Assistir o filme me despertou uma curiosidade sobre a Guerra do Iraque. Tenho alguma ideia do que é o Conselho de Segurança da ONU e sua função. 15 membros, sendo cinco permanentes com poder de veto e dez temporários.
O Conselho de Segurança da ONU pode autorizar intervenções militares em países?
No caso do Iraque, o Conselho de segurança havia vetado ações militares no Iraque ou isso não havia sequer sido votado?
Pergunto isso, porque fui tentar procurar na Internet as listas de resoluções e vetos da ONU no período e não consegui encontrar. Se souberem onde posso encontrar, agradeço
Fala Felipe e Matias ! Tranquilo ?
Me chamo Pedro Xavier e sou um dentre os milhares e milhares de imigrantes brasileiros em portugal, não vou me alongar muito no comentário, apenas gostaria de deixar a sugestão de que seja comentado no programa oque aconteceu recentemente quanto a questão imigratória por aqui.
Portugal lançou um portal para conceder residência temporária de um ano para todos os imigrantes da CPLP que tinham entrado com o processo de legalização em 2021 e 2022, encerrou o orgão ” SEF ” que até então era o orgão que cuidava da questão imigraória.
Também para evitar ou tentar desacelerar a crise imobiliária no pais o governo anunciou uma séria de medidas intervencionistas incluindo o arrendamento coercivo de imóvies que estão sem uso ativo, li recentemente também que alguns proprietários inclusive acionaram o tribunal internacional para recorrer dessas medidas.
Enfim, sou muito grato pelo excelente trabalho e me sinto orfão sempre que não te programas as sextas.
Tudo de bom pra vocês e tmj !
Adorei a participação do Marco Gomes trazendo muitas informações, agradeço a vcs sempre por trazer informação de modo sério e profundo de forma descontraída.