Xadrez Verbal Podcast #183 – EUA, Notre Dame e Peru

Em véspera de feriado chegamos com um programa que propõe algumas reflexões. Primeiro, sobre o incêndio na catedral Notre Dame de Paris; o significado de um prédio histórico, a preservação de patrimônio, teorias da conspiração e as discussões sobre as contribuições para os reparos da catedral. Também falamos sobre o suicídio do ex-presidente peruano Alan Garcia e os casos de corrupção no Peru; motivos, desdobramentos e a junção da política com o judiciário. Também passamos pelas eleições finlandesas, o relatório Mueller nos EUA e as relações entre Washington e a Coreia do Norte. Além disso tudo, nós giramos pelo mundo, a semana na História, peões da semana e dicas culturais fecham mais um podcast do Xadrez Verbal!

Você nem sempre tem tempo, mas precisa entender o que acontece no Mundo, ainda mais porque o planeta está uma zona. Toda semana, Matias Pinto e Filipe Figueiredo trazem pra você as principais notícias da política internacional, com análises, críticas, convidados e espaço para debate. Toda sexta-feira você se atualiza e se informa.

Dicas do Sétimo Selo e links

Site da Editora Contexto

Livro Robinson Crusoé (Série: Clássicos da Literatura em Quadrinhos) e demais obras relacionadas ao clássico de Daniel Defoe

Livro Uma História da Onda Progressista Sul-americana (1998-2016), de Fabio Luis Barbosa Dos Santos

Fronteiras Invisíveis do Futebol #56 – 13 de maio

Fronteiras Invisíveis do Futebol #63 – Uganda

Fronteiras Invisíveis do Futebol Padânia #77 – Padânia

Thread da museóloga Thays Mayumi sobre as doações ao Museu Nacional

Site da Associação de Amigos do Museu Nacional

Análise: Morte suscita debate sobre abuso judicial, o que o Brasil já discute, de Carlos Caro Coria

Coluna Trump não está pensando em Cuba enquanto mira nela na Gazeta do Povo

Coluna Bolsonaro e o futuro das sopas de letrinhas na América do Sul na Gazeta do Povo

Música de Encerramento The world is yours, do Nas

Playlist das músicas de encerramento do Xadrez Verbal no Spotify

Canal do Xadrez Verbal no Telegram

Minutagem dos blocos, cortesia dos financiadores do Xadrez Verbal

  • 00:16:31 – Giro de Notícias #1
  • 00:32:46 – Coluna Aberta: Notícias dos EUA
  • 01:00:05 – Efemérides: A Semana na História
  • 01:07:15 – Match: Catedral de Notre Dame
  • 01:44:03 – Xeque: Suicídio de Alan García e outras notícias da América Latina
  • 02:50:48 – Peões da Semana
  • 02:52:16 – Sétimo Selo
  • 02:56:29 – Música de Encerramento

Ouça o podcast aqui ou baixe o programa. (clique com o botão direito do mouse e use a opção “Salvar como” para baixar)

Você também pode assinar o podcast via RSS ou no iTunes, além, é claro, de acompanhar o blog.

A revista de política internacional do Xadrez Verbal é feita na Central 3, que está no Apoia-se

Filipe Figueiredo é tradutor, estudante, leciona e (ir)responsável pelo Xadrez Verbal. Graduado em História pela Universidade de São Paulo, sem a pretensão de se rotular como historiador. Interessado em política, atualidades, esportes, comida, música e Batman.
Como sempre, comentários são bem vindos. Leitor, não esqueça de visitar o canal do XadrezVerbal no Youtube e se inscrever.

Caso tenha gostado, que tal compartilhar o link ou seguir o blog?

Acompanhe o blog no Twitter ou assine as atualizações por email do blog, na barra lateral direita (sem spam!)

E veja esse importante aviso sobre as redes sociais.

Caros leitores, a participação de vocês é muito importante na nova empreitada: Xadrez Verbal Cursos, deem uma olhada na página.

49 Comentários

  • Obrigado Filipe e Matias, já estou baixando para ouvir agora cedo.
    Uma curiosidade,qual é o nome da música que toca durante as efemérides semanais?

  • Olá! Eu queria agradecer MUITO vocês! O podcast me ajudou de diversas formas durante o ano passado, no qual prestei o vestibular. Tanto como forma de lazer para esquecer um pouco de toda a pressão, como para estudar sobre geopolítica. E graças a isso eu consegui atingir meu sonho! Estou estudando Direito na USP, lá no Largo de São Francisco e muito disso é graças a vocês! Inclusive a área do Direito Internacional me interessa muito hoje em dia justamente graças ao Xadrez Verbal. O trabalho de vocês é excepcional! Um abraço! (Sei que tô meio atrasado mas é que com a correria de mudar para São Paulo fui deixando para depois hahaahahha)

  • Da Wiki italiana:
    “O sistema jurídico italiano prevê 4 forças policiais nacionais sob controle governamental direto (civil e militar), além dos órgãos policiais locais que podem ser constituídos pelos municípios e províncias. Todos os órgãos armados do Estado têm funções de segurança pública e de polícia judiciária , mas ambos são funções distintas da função típica da polícia”

    Corporações nacionais por “quem manda”:

    Min. do Interior: Polizia di Stato q é “tipo” um polícia civil/polícia federal.
    Min. da Justiça: Polizia penitenziaria que seria tipo um corpo de agentes penitenciários que tem poder de investigação.
    Min. Defesa: Arma dei Carabinieri e Guarda Costeira (essa subordinada à marinha)
    Min da Economia: Guardia di Finanza (um corpo de auditores fiscais que tem poder de polícia)

    Um abraço.

    • Complementando, o texto do nobre colega, A Polizia di Stato, força policial de status civil, subordinada ao Ministerio do Interior, seria uma especie de Policia Federal ela executa o policiamento ostensivo ( patrulha) nos portos, aeroportos, emite passaportes, visto, cuida da imigração, também exerce a policia judiciaria ( investigação criminal) nos crimes contra o Estado Italiano. Como o proprio nome diz é a” policia do estado italiano”.

      A Arma di Carabinieri é uma força policial de status militar, subordinada ao Ministerio da Defesa ela executa o policiamento ostensivo ( rondas em geral) e também a policia judiciaria( investigação de crimes) ex: se você estacionar o seu carro em local proibido um carabinieri ira te multar, se alguem roubar o seu carro é um carabinieri que ira investigar.

  • olá Pessoal do XadrezVerbal, eu gostaria de deixar um comentário sobre o episódio #181 do xadrez, pois não tive tempo de colocar o comentário na época certa.

    Bom dia Filipe e Mathias, sou fã do xadrez e já utilizei vosso conteúdo para entrevistas de emprego e conversa com clientes. Sou colaborador de um grande banco, o maior do agronegócio brasileiro. Minha linha de pesquisa sempre foi agronegócio em consonância com minha atividade laboral.

    Sou filho de produtores rurais, onde minha família esta a 5 gerações no campo, sou o primeiro desde que viemos da Itália a não trabalhar no campo diretamente.

    Sobre a ocupação do centro-oeste, estamos aqui desde 1979, quando meu pai, veio do centro do Rio Grande do sul para abrir áreas e cultivar arroz, na promessa de ganhar uma área para ele. Uma vez que as propriedades no RS estavam consolidadas, meus pais quis desregrar da família e conquistar sua própria área de terra.

    Quando falou da colonização do MT e expansão senti-me responsável a salientar algumas observações que não estão nos livros de história ainda.

    O norte do Mato grosso, foi o maior município do mundo, tendo como Chapada dos Guimarães o município e suas fronteiras limítrofes alem de 700km sentido BR163 até alta floresta. A propriedade rural de meu pai estava a 550km de Cuiabá e seu registro ficava no cartório de Chapada dos guimarães. Isso tudo em um período em que não existia asfaltamento, apenas algumas conurbações ao longo da rodovia, tais como Diamantina (garimpo), Rosário Oeste (gado e poaia), Peixoto do Azevedo (garimpo de ouro) e Vera, Santa Carme e Sinop (extração de madeira).

    Sobre a colonização japonesa para cultivo de soja, acredito que houve um engano da sua parte, pois no distrito de nova ubiratã do norte houve sim uma tentativa de assentar colonos japoneses para cultivo de Pimenta do reino, porem foi uma experiência desastrosa que cuminol em mortes por desnutrição e inanição, fome e prejuízos aos assentados e a experiência de expansão agrícola na região. Hoje ainda é possível conversar com um filho de um assentado que sobreviveu, ele possui uma pastelaria as margens da BR 163 na altura do município de Jangada MT. Pastelaria do japonês.

    A soja foi trazida por colonos gaúchos em substituição ao cultivo de arroz que só era possível em terras novas até a exaustão da fertilidade natural do solo. A cidade de Sorriso, possui seu nome devido a uma junção fonética da palava Solo e Risso em italiano, SóRisso. Quando a cultura começou a apresentar perdas de produtividade em áreas velhas e uma crise de superprodução levou a falência diversos orizicultores, houve a implantação da soja como solução paliativa a cultura do arroz. Essa semana tirei uma cópia de uma matricula de um imóvel em Nova ubiratã que datava de 1957 sobre propriedade de um japonês, registrada no município de Chapada dos Guimarães (antigo quilombo do piolho), pelo que conversei com o atual proprietário das terras, o japonês em questão era proprietário de 400 mil hectares na região sendo que essa área foi cedida para colonização e formação de uma vila Nipônica no estado, para cultivo de seringueira, pimenta do reino, pois o proprietário era amigo pessoal do irmão de Getúlio Vargas. Atualmente os herdeiros ainda possuem muita área, vendem as terras e indicam utilizar a posse por usucapião para evitar trâmites de inventário.

    Essa soja foi trazida por um padre alemão formado em eng. agronômica ao rio grande do sul como complemento alimentar de baixo custo para produção de suínos em comunidades que viviam de subsistência.

    A experiência agrícola no mato grosso foi cruel, pois o período de chuvas havia grande quantidade hídrica porem os 6 meses de seca levavam a morte de gado, incêndios florestais naturais do cerrado e perda de culturas perenes. A soja foi introduzida inicialmente sem muito exito, uma vez que o milho na região não passava de 16 sacas por hectare (os atuais 110 sacas por hectares de hoje demostram tamanho do desafio da época)

    Quando a assunto for agronegócio ou temas envolvendo segurança alimentar e afins, fico inteiramente a disposição para auxiliar da melhor forma possível.

    • Joao Guilherme Patrocinio

      Esse japonês é mt gente boa e é vizinho da minha tia e muito querido na cidade. Já joguei bola demais com os netos dele.

    • Na verdade quem trouxe para o RS foi meu bisavô, Albert lehenbauer. Ele era pastor luterano americano. A família era e origem alemã. Um grande compilado histórico foi feito com apoio do estado do RS. Vale a leitura.

      “Os Caminhos da Soja no RS

      O primeiro fato que marcou a presença da soja no Rio Grande do Sul aconteceu em 1923, com a chegada do Pastor Albert Lehenbauer em Santa Rosa, que trouxe sementes de soja e orientou alguns agricultores sobre o valor alimentício do grão para a engorda de animais.”

      Grande abraço

      https://estado.rs.gov.br/recanto-tematico-apresenta-os-caminhos-da-soja-no-rio-grande-do-sul

  • Muito bom o programa, como sempre. Só me decepcionei quando vocês deixaram de traduzir para o português o nome do ex-Procurador Geral dos Estados Unidos Jeff Sessions para “Sessões do Jeff”.

    • LUIS ANDRE GOMES GRIGOLI

      Em compensação nunca esquecem do Mike Pompeo / SESC Pompéia… 🤪

      • Olá Matias e Filipe, me chamo Lucas Senado, sou formado em história e apaixonado por política internacional e geopolítica, e tenho acompanhado o trabalho de vocês desde o início desse ano, acabei de cair de paraquedas no mundo dos podcasts, mas ouvi em média um e até mesmo, dois eps seguidos por dia na cozinha do restaurante em que trabalho pela manhã, voltei nos programas antigos e startei, agora tô em dia e acompanhando o Fronteiras invisíveis do futebol também. Eu gostaria de pedir um abraço pros meus amigos, amigas, alunos e alunas do pré vestibular popular Ágora, onde já indiquei o podcast em aulas, abraços!

  • Olá. Quando vocês citaram o nojento diretor do santos (não vale nem citar o nome dele) que fez aqueles comentários nojentos, vocês mencionaram que o nome do goleiro do santos na final do brasileiro de 2002 (campeonato tão traumático para nós, são-paulinos) era Fabio Santos. O correto é Fábio Costa.
    Um abraço.

  • Bom dia, Filipe. Tudo bem?
    Estava escutando o podcast e no comecinho, ainda nos recados, me lembrei de uma dúvida que tenho há algum tempo e que talvez você posso me ajudar.
    Você comentou a origem da palavra “mulato”, que seria derivada de “mula”, o filhote de cavalo com jumento.
    Não me lembro quando, mas já ouvi a historiadora Mary Del Priore dizer que a palavra vem do árabe “mowallad”, que designa filho de pai árabe com mãe estrangeira.
    Essa versão procede? É aceita? A origem dessa palavra é algo controverso?

    Ainda não terminei o episódio, mas tenho certeza que está tão bom quanto os anteriores.
    Obrigado e abraço.

  • Daniel Medeiros Almeida, MD

    Fala Filipe e Matias.

    O que voce consegue com o cruzamento do cavalo com o jumento eu nao sei… Mas se cruzar um cavalo com uma jumenta, ou uma egua com o jumento, pode nescer uma mula. 🙂

    Com relacao a figura do Capelao. Eh interessante notar que em alguns lugares, o presenca do capelao nao se limita a ambientes militares somente. Nos EUA como um todo, eh muito forte a presenca de Chaplains em hospitais. Alem disso, o treinamento que eh necessario para uma pessoa ser um capelao em um hospital eh bem curioso. Nao basta ser um lider religioso apenas – voce tem que ter mestrado (e muitas vezes doutorado) em teologia. Voce precisa ter um “Clinical Pastoral Education”. Aqui no Cincinnati Children’s Hospital, eles oferecem residencia (tipo como residencia medica) e post-doctoral fellowships para as pessoas que querem seguir essa carreira. Sao padres, pastores, imas, rabinos, muitos com PhD, que oferecem conforto espiritual para pacientes e familias, ao mesmo tempo que trabalham com pesquisa e producao academica. Acabamos de receber a aprovacao do comite de etica pra comecar a pesquisar “spiritual struggle”, associado a anxiedade e depressao em adolescentes internados na nossa unidade psiquiatrica.

    O trabalho que eles desempenham na psiquiatria eh muito importante (embora as vezes nao reconhecido). Outro dia posso contar como foi a experiencia de ligar pro servico de Pastoral Care de um hospital em New Jersey, quando tive que procurar um lider da igreja ortodoxa grega pra nos ajudar com uma mulher jovem em surto psicotico e com delirio de que estava sendo possuida pelo demonio.

    Nao mando guloseimas de Cincinnati, porque o que temos aqui de popular (Sorvete Greater’s, Gold Star Chilli, La Rosa’s pizza) nao chegaria palatavel ai.

    Abraco

    • Guloseimas nada, manda camisa vintage do Oscar Robertson do Cincinnati Royals quando ele anotou um triple double de média (decada de 60)

  • Filipe/ Matias, eu tuitei sobre as abelhas na Notre Dame! Chamei de “fracote” porque eu produzo muito mais (inclusive as vezes tenho 2 colheitas num mesmo ano). Em compensação apurei o preço do mel deles: €100/ kg. O meu mel vende a $14/ kg. É o poder da “marca”. Abraços!

  • Mateus Ferrari de Melo

    Olá, sou um grande fã de vcs a muuuiito tempo, quando comecei a ouvir, tinha um certo preconceito contra o fronteiras, nunca gostei muito de futebol, vocês me ajudaram a quebrar este preconceito, queria parabeniza-los pelo seu trabalho e pedir um salve para São Francisco do Sul(SC), novamente obrigado e se tudo der certo, em breve terei minha formação em história, abraço e um beijo em algum osso com nome esquisito kk

    • Gostaria de confessar que ri do incêndio na catedral devido ao nome do bloco, a palavra de “Match” se refere tanto a “partida” quanto a “fóforo”, eu até hoje não sei qual das traduções vcs pretendiam com isso, mas foi bem irônico devido ao fato ocorrido

  • Bom dia amigos, sou Eng. Mecânico, ouvinte novo (comecei no 178 e desde então, ansioso por cada novo episódio) e além de trazer o parabéns pelo ótimo e singular conteúdo, trago o feedback de que a seção de comentários não deveria ser alterada rs

    Abraços e parabéns mais uma vez.

  • Para complementar sua previsão Filipe, o Conte só não caiu ainda porque o parlamento está num impasse mexicano, já que nenhum partido/coligação conseguiria obter +50% de votos nas próximas eleições e todos já afirmaram que não farão acordos entre si.

    Assim, estamos esperando alguém puxar o gatilho, mas se bem conheço os políticos italianos, isso não vai acontecer:
    – em abril ou maio por causa das eleições europeias,
    – em junho para que as eleições não aconteçam no período de férias daqui (julho-agosto),
    – em julho-agosto porque é férias,
    – em setembro porque tem que ver o orçamento
    – …

    Abraços da mítica Padânia

  • O que aconteceu com a catedral é o cenário atual da Europa. Me lembra muito os escritos do Christopher Dawson sobre a questão espiritual do Ocidente onde ele avalia a segunda grande guerra, o que aconteceu justamente na semana santa é um simbolismo do que ainda estará por vir.
    Longe de ser uma teoria da conspiração é algo profético, não atoa segundo o L’Observatoire de Christianophobie é maçiço em França como está documentado → https://www.christianophobie.fr/carte/carte-12-2018/
    A filha dileta da Igreja sofre pela sua questão espiritual e etnomasoquista – onde há uma verdadeira revolta contra qualquer coisa que seja anti-cristã e amplamente secularista principalmente nas capitais e centros europeus. Mas não pode se esperar nada de um presidente que fale que não há uma “cultura francesa” e sim uma cultura na França.

  • Olha que curioso. Quando ouvi a notícia sobre os conflitos em Derry fui ver onde ficava no mapa e fui ver como era exatamente a fronteira pelo Google StreetView. Não tem absolutamente nada na fronteira além de uma placa, como se fosse uma divisa entre dois municípios. Mas olha a foto da placa no link. Segundo o Google a foto é de junho de 2018

    https://www.google.com.br/maps/@55.0367613,-7.3681917,3a,15y,86.49h,90.02t/data=!3m6!1e1!3m4!1sar9A3Y7I2RsQRPcumRgCwg!2e0!7i16384!8i8192

  • Uma coisa interessante é que a Ubisoft prometeu doar 500 mil euros para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame. Além da doação, eles ofereceram gratuitamente a versão de PC de Assassin’s Creed Unity. O jogo inclusive ficou no topo dos mais vendidos em diversos países como França e Estados Unidos.

    Já estou rebaixando o meu.

  • Marcicleia Medeiros Senado 26776202417

    Olá Matias e Filipe, me chamo Lucas Senado, sou formado em história e apaixonado por política internacional e geopolítica, e tenho acompanhado o trabalho de vocês desde o início desse ano, acabei de cair de paraquedas no mundo dos podcasts, mas ouvi em média um e até mesmo, dois eps seguidos por dia na cozinha do restaurante em que trabalho pela manhã, voltei nos programas antigos e startei, agora tô em dia e acompanhando o Fronteiras invisíveis do futebol também. Eu gostaria de pedir um abraço pros meus amigos, amigas, alunos e alunas do pré vestibular popular Ágora, onde já indiquei o podcast em aulas, abraços!

  • Henrique Wisniewski

    Percebi um erro sobre a espinha da Notre Dame, no podcast você informa que a mesma era feita de madeira, no entanto esta era feita de chumbo.

  • Fabricio Marvilla

    Boa tarde. Acompanho o trabalho de vocês desde o ano passado. Acho muito interessante e recomendo aos meus alunos de direito internacional público que entendem português (dou aula em Lima no Peru).

    Tenho que fazer duas correções desse programa:

    1 – O presidente mais jovem do Peru foi o Felipe Santiago Salaverry que subiu ao poder com 29 anos e não o Alan García que subiu ao poder com 35 anos;

    2 – O metro de Lima é o Metropolitano que é o BRT de Lima e não o metrô.

    É isso. Se puder pedir, peço que mandem um abraço aos meus alunos da Universidad Científica del Sur.

  • Filipe, se estão reclamando mt da sessão de leitura e resposta dos comentários, no começo do programa, uma saída simples é fazer igual no nerdcast. Indicando a posição no tempo, pra quem quiser pular direto ao programa.

  • Maurício Kubaski

    Bom dia, Filipe e Matias!

    Ouço vocês desde 2015 e me acompanharam pela minha graduação em Eng. de Materiais pela UFSC até agora no mestrado na também pela UFSC em materiais compósitos (também trabalho com grafeno e nanotubos de carbono, viu o Bozonaro….). Sou um amplo espalhador da enxadrística verbalice de vocês!
    Gostaria de comentar a respeito da repercussão do caso do ex-reitor Cancellier aqui na UFSC. No momento que aconteceram as prisões, a comunidade ficou um tanto perplexa e muito abalada com o suicídio do reitor. A vice que o acompanhava, muito abalada desde então, continuou como vice do novo reitor (o qual é do mesmo departamento, de ciências jurídicas). Nas últimas semanas o corregedor que assumiu no lugar do responsável pelo caso “Ouvidos Moucos” foi afastado, sendo o motivo pouco divulgado, mas creio que para evitar que haja influência em novas alegações ao novo reitor (mas aprece que retornou por decisão judicial)… Ou seja… ainda que tenha sido a 2 anos, continua tendo repercussões complicadas pela universidade.

    Gostaria de pedir um abraço para minha noiva Sibele, está terminando enfermagem na UFSC também e volta e meia discutimos sobre os assuntos do programa de vocês!

    Abração!

    • Maurício Martins da Rocha

      Eu ia comentar do caso do Reitor da UFSC, teve uma reportagem do diário catarinense, mais completa que a média sobre o assunto, indicando que a prisão preventiva dele não foi decretada “de graça”, o reitor já tinha várias vezes tentado interferir no processo de investigação.

      http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/09/corregedoria-da-ufsc-pediu-afastamento-de-reitor-dois-meses-antes-de-operacao-da-pf-9903624.html

      Fui procurar alguma informação sobre o “pivô” da prisão preventiva (Rodolfo Hickel do Prado), mas tem pouca informação confiável, só uma série de matérias sobre a pessoa dele, algumas até “fantasiando” sobre a indicação para o cargo de corregedor ( que o reitor nem imaginava o tipo de “traidor e dedo duro” que havia indicado para o cargo).

      Enfim quem está no meio universitário, e tem o mínimo de senso crítico, sabe que a burocracia abafa muita coisa, mesmo quando não está diretamente envolvida, a troco de manter apoios políticos.

  • Caras, como sempre, o programa ficou ótimo!!! Masssssss, tem uma coisa que me encuca há algum tempo.

    Qual a possibilidade de vocês colocarem a time stamp dos blocos no post do podcast que vai pros tocadores? Eu sei que você acabam gravando e preparando tudo muito em cima da hora para publicarem ainda na sexta-feira, mas esse link com o tempo dos blocos facilitaria bastante, já que sempre é um programa longo (adoro), mas que às vezes você quer pular esse ou aquele bloco ou ir direto ao que mais te interessa e ficar procurando como o slidezinho do tocador enquanto opero uma empilhadeira fica complicado. (NÃO! não sou operador de empilhadeira, mas sempre escuto você enquanto dirijo :D)

  • Bom dia amigos!

    Mais um excelente episódio, mas fiquei com uma dúvida sobre um fato das efemérides.

    O primeiro homem a circunavegar o globo em solitário não foi o Joshua Slocum? Inclusive ele tem uma historia muito interessante sobre ter partido do brasil com um barco feito por ele mesmo no litoral de Santa Catarina após um naufrágio, e por ter zarpado de terras tupiniquins em 13 de maio de 1888, ele nomeou seu barco de LIBERDADE, em português mesmo. Esse barco está inclusive exposto no Smithsonian.

    Abs e parabens pelo trabalho!

  • Manassés Almeida Gomes

    Olá, Filipe e Matias. Meu nome é Manassés. Sou doutor em Física pela Universidade Federal de Sergipe e professor adjunto na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia na cidade de Cruz das Almas. Resido na cidade de Feira de Santana e sempre os ouço no trajeto de 65 Km entre casa e trabalho.
    Sou ouvinte desde janeiro de 2017 e agradeço muito por dedicarem muito do tempo dos senhores para produzir informações de qualidade.

    Parabéns pelo bom trabalho

  • Como voltou à tona a questão macedônia, queria compartilhar uma situação que passei ano passado.

    Estava numa degustação de vinhos num shopping aqui de Joinville e um dos rótulos que mais chamou a atenção do pessoal foi justamente um vinho de lá. Se não me engano era um pinot bem gostoso com uma acidez bem pronunciada.

    Como já estava pra lá da quarta taça, fui puxar papo com uma moça que estava sozinha num canto (só pra conversar mesmo. Sou casado) e, papo vai, papo vem sobre quais eram os nossos favoritos ou menos favoritos, soltei a pergunta: “E essa confusão da mudança de nome da Macedônia heim? Será que o parlamento se entende pra poder resolver isso logo?”

    Ela ficou tempo demais me olhando/me julgando em silêncio sem entender absolutamente nada sobre o que eu estava falando até eu fingir que algum conhecido tinha me chamado e pedir licença. Foi constrangedor mas acho que não tanto porque eu não estava lá tão sóbrio pra ter noção no momento do ocorrido.

    A lição que aprendi é que realmente os temas do podcast podem ser interessantes pra conversas de bar mas um pouquinho de contexto antes de entrar no assunto às vezes é bem vindo.

  • Olá, Filipe! Me chamo Gustavo Rebelo. Sou advogado e pós-graduando em Ciências Criminais. Atualmente trabalho em uma unidade de internação de adolescentes em conflito com a Lei na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador-BA. Você e Matias me acompanham durante a viagem diária de ida e volta da capital até a unidade, praticamente por toda a semana! Mas estou comentando para parabenizá-lo pelo irretocável comentário a respeito das críticas ao chamado Processo Penal do Espetáculo. Existem estudos, em especial do professor Rubens Casara, que relacionam as conclusões de Guy Debord sobre a sociedade do espetáculo ao funcionamento do Sistema de Justiça Criminal. A espetacularização do processo criminal é favorecida pela legislação brasileira a respeito das prisões provisórias. Prisão preventiva no Brasil é fundamentada por “garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal”. O texto é impreciso e a lei não prevê prazo, o que abre enormes brechas para arbitrariedades. Centenas de pessoas são presas diariamente sem que se tenha a constituição formal de sua culpa, com decisões de pífia fundamentação legal, para atender apelos midiáticos imediatistas. Ultimamente, se tem percebido o uso da prisão preventiva como moeda de barganha para obter delações premiadas. Com as informações dessas delações, outras pessoas podem ser presas ou indiciadas, sendo incitadas a fechar novos acordos de delação e assim por diante. Sua crítica foi válida e pertinente. Espero que continuem tratando o assunto com a devida reflexão, como o fizeram. Aproveitem para mandar um abraço ao meu cunhado Válber, também advogado, que há pouco virou ouvinte do programa!

  • Caro Filipe e Matias, apenas uma pontuação: é realmente triste contar a História recente do nosso país a partir da perspectiva documental de outros países. Escrevi minha dissertação de mestrado em História sobre a atuação da Aliança para o Progresso em Pernambuco utilizando grande parte da documentação produzida pelas instituições norte-americana. Entretanto, há sim documentos dos órgãos de repressão brasileiros, a exemplo do DOPS, preservados e disponíveis para consulta em arquivos públicos. Cito como exemplo o acervo disponível no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano, que conta com uma série de prontuários individuais, pastas de assuntos sensíveis à segurança nacional, entre outros temas. Boa parte desses arquivos foram digitalizados recentemente e disponibilizados no site da instituição. Também cito o trabalho do jornalista Lucas Figueiredo, Lugar Nenhum. Ele indica que os documentos produzidos pelos órgãos de inteligência civil (SNI) e militar (Cenimar – Marinha; CIE – Exército; Cisa – Aeronáutica) foram todos micrografados antes de serem destruídos e hoje estão escondidos com pessoas específicas ou nas dependências das Forças Armadas espalhados por todo o Brasil. Um forte abraço e parabéns pelo programa.

  • Meus caros, eu gostaria de mandar um grande beijo a Flavia Molina. Afinal, foi ela quem lembrou de baixar este episodio do Xadrez verbal e nos salvou da demorada, burocratica, confusa e intensa espera no carro para atravessar a divisa entre a Georgia e Armenia.

  • Fala galera!
    Meu nome é Guilherme Robles sou fotógrafo e moro na Irlanda do Norte e esse podcast me acompanha nas minhas pedaladas semanais pela costa!

    Sobre a more da mulher no protesto em Derry, ela era fotógrafa e jornalista, essa morte causou muita polêmica aqui, o custo do seguro viagem triplicou para quem vem visitar aqui causando uma queda significativa de turistas e uma vantagem para os partidos pró Irlanda e contra brexit aqui já que no próximo mês haverá eleições

  • Olá Filipe e Matias! Primeiramente gostaria de parabéns pelo programa e pelo trabalho de vocês. Segundo, não acabem com a seção dos comentários! É uma importante parte do programa e aproxima ainda mais vocês dos ouvintes, não deem bola para quem critica, essa parte é essencial.

    Gostaria de comentar sobre a morte do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier, sou ex-aluno da universidade, sendo o próprio Cancellier a me entregar o diploma. Como vocês falaram, o impacto de uma prisão preventiva é muito grande. Quando o ex-reitor foi levado, a notícia que corria na boca das pessoas não era “o reitor foi preso preventivamente, investigado de desviar verbas”. Todos os meus conhecidos, inclusive eu, comentávamos que “reitor foi preso, com certeza é culpado”, mesmo que depois de descobrir que era prisão preventiva. Se foi preso, é porque era culpado, esse era clima entre todos os meus amigos da faculdade. Então ele cometeu o suicídio, e o discurso de todos mudou. Nós mesmos começamos a ver que talvez estivéssemos sendo injustos nas nossas primeiras acusações, porque uma morte é muito impactante. Como vocês mesmo falaram, nada foi provado até hoje, e se nós que éramos distantes dele já julgamos, a pressão próxima a ele deve ter sido tão insuportável que a única saída encontrada foi o suicídio. Outra conversa que aconteceu na época foi que o próprio suicídio foi um ato político. O ex-reitor não se deu um tiro ou tomou veneno em casa, longe de todos. Ele foi até um dos shoppings mais movimentados de Floripa, as 10h de uma segunda, onde dizem (eu não sei da veracidade) que políticos e pessoas influentes se reuniam para tomar café e começar a semana.

    Um grande abraço pra vocês, e um beijo pra minha afilhada Alice (a Tata) que vou cobrar se está ouvindo o programa e se ouviu ou viu esse recado!

  • Mateus Roberto Estanislau

    Ingleses cantando o Brexit:
    https://9gag.com/gag/aWY9XN3

  • Olá, Matias e Filipe! Vim, primeiramente, agradecer a vocês. É muito comum a entrada de intercambistas africanos no meu curso, e, por causa do Xadrez Verbal e do Fronteiras, consigo entender cada vez melhor o país de origem deles. Tanto para entender melhor esse choque de cultura, quanto até para ter assunto para conversar com eles, já que sempre tento me esforçar para que eles se sintam bem recebidos na universidade. Mas também tenho um protesto! Finalmente fiz minha namorada ouvir o programa, o primeiro que ela ouviu foi o da semana passada, quando o Filipe me chamou de Jonas. Agora estou sendo alvo de zueiras por causa disso.

  • Oi, gente!

    Queria só agradecer pela dedicação de vocês em cada programa! 15 dias atrás tive o meu filho, o Max, e vocês me fizeram companhia na maternidade antes de ele nascer e agora também nas mamadas noturnas. Já ouvi umas 3x cada um dos últimos podcasts xD

    Agora descobri os vídeos antigos com tópicos de história no canal do Youtube e estou vendo todos também. Alguma chance de retomarem? São muito legais!

    Parabéns de novo e espero que vocês saibam a diferença que fazem para tantos ouvintes, especialmente para esta nova mãe que dormiria com o bebê no colo se não fosse por vocês 😉

    Beijos!

  • Jessica de Freitas Santos

    Oi, Matias e Filipe. Nõa sei se vai adiantar esse comentário agora, já que faz uma semana que o episódio saiu, mas caso interesse a alguém saber mais sobre esse conceito amorfo de “Ocidente” usado por hum… “pensadores” de direita e sobre esse suposto declínio desses valores e etc etc eu recomendo esse vídeo da Natalie Wynn do Contrapoints. Um dos melhores canais do Youtube de longe e é uma mistura de pensamento filosófico com cabaré burlesco e é magnifico: https://www.youtube.com/watch?v=hyaftqCORT4

    Abraços.

  • Aline de Albuquerque

    Caros Filipe e Matias,
    Gostaria de agradecer a vocês. Defendi minha dissertação de mestrado em RI essa semana (25/4) e ouvir vocês nos últimos dois anos, de 2017 até agora, foi um grande incentivo para continuar na minha paixão de estudar história e política internacional mesmo com o cenário nada positivo para as ciências atualmente no Brasil. Agradeço por serem uma excelente companhia nesses últimos dois anos e por serem uma voz sensata na loucura da política nacional e internacional nos últimos tempos. Um grande abraço .

  • Olá, Filipe e Matias! Comecei a ouvir o podcast do Xadrez Verbal em maio de 2018, e me surpreendi com a qualidade do conteúdo que vocês produzem. Na minha opinião, não tem outra mídia aqui no Brasil que consegue analisar o cenário de política internacional com tanta profundidade quanto vocês. Meus parabéns! Obrigado pelo excelente conteúdo que vocês fazem.

    Sobre o comentário feito sobre a suspensão do passaporte diplomático ao Edir Macedo, gostaria de dar minha humilde contribuição ao tema, voltada para uma reflexão mais jurídica.

    Primeiro, temos que entender que o Presidente da República e seu corpo de Ministros e Secretários que o auxiliam realizam o trabalho de administração da máquina pública por meio de atos administrativos. Não existem, na esfera do Direito Administrativo, atuações totalmente arbitrárias do governante, ou seja, situações em que o Presidente da República poderia agir de forma irresponsável e sem qualquer referência de controle e prestação de contas, já que toda atuação estatal está vinculada à lei – o princípio da legalidade. Portanto, somente da lei que a autoridade pública (o Presidente, por exemplo) pode realizar um ato administrativo, caso contrário sua conduta configuraria uma ilegalidade. No entanto, a lei pode estipular a atuação do agente público de forma objetiva, estabelecendo regras e critérios claros, ou cedendo a este agente uma margem de escolha, dentro dos limites estipulados legalmente.

    Nesse sentido, existem dois tipos de atos administrativos muito importantes que regem a atuação da autoridade pública: o discricionário e o vinculado. O ato discricionário é aquele em que a lei estabelece uma margem de possibilidade de escolha ao administrador público, mediante análise do mérito pelas razões de oportunidade e conveniência. Um bom exemplo é a autorização de vender comida na rua para quem quer comercializar cachorro quente. Dentro das circunstâncias estabelecidas na lei, o Prefeito da cidade escolhe se dá ou não a autorização para vender o cachorro quente ao indivíduo que faz a requisição da licença. O ato vinculado, por sua vez, corresponde que a atuação administrativa está ligada aos elementos previstos na legislação, de forma bem objetiva. O melhor exemplo é a licença para dirigir. Se a pessoa passar nos exames escrito e prático de direção do veículo e, obviamente, pagar todas as taxas devidas, terá direito à sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Nesse instante, a autoridade responsável deverá fornecer a CNH para a pessoa, pois ela obedeceu a todos os requisitos estabelecidos em lei e, consequentemente, obriga o governante a garantir a ela a licença de dirigir. Portanto não há margem de escolha, o ato do administrador público se vincula às condições objetivas regidas na lei.

    No caso da concessão do passaporte diplomático pelo Executivo a determinadas pessoas, temos um exemplo de ato administrativo discricionário. No caso, o Presidente da República avalia, conforme os critérios de conveniência e oportunidade, se dá ou não aquele benefício diplomático a um terceiro. Ressalto que não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade, uma vez que, embora esse ato de concessão do passaporte diplomático é dado com base em análise subjetiva e de valoração de fatos pela autoridade pública, este ato administrativo deve estar sujeito aos moldes da lei, já que ela sempre dá o contorno de como deverá ser feita a análise por parte do administrador. Portanto, a lei dá a possibilidade ao Presidente para dar ou não o passaporte para aquele sujeito e cabe somente ao Presidente fazer a escolha de concedê-lo ou não, observando, novamente, os limites da lei.

    Bom, entramos agora no papel do Judiciário no controle desse ato administrativo da autoridade pública. O controle feito pelos juízes sobre os atos administrativos deve ser restringido à legalidade, se limitando a verificar se, no caso noticiado, a concessão do passaporte diplomático foi praticado em conformidade com a lei. O art. 5°, inciso XXXV, da Constituição da República estabelece o princípio da inafastabilidade de jurisdição. Assim, caso provocado por uma pessoa por uma ação judicial, o juiz deverá analisar qualquer violação ou ameaça de lesão a direito no caso denunciado, inclusive se originada de um ato administrativo. Mesmo que seja um ato discricionário, aquele que é feito por critérios de conveniência e oportunidade, ficará sujeito a um controle de adequação com a lei pelo Judiciário. Mas atenção: o juiz vai analisar a legalidade do ato, ele nunca poderá análisar o mérito.

    Mas qual é a diferença, afinal? Ao analisar o caso de concessão do passaporte diplomático, por exemplo, o juiz não pode verificar o conteúdo dessa decisão administrativa, ou seja, se a decisão da autoridade pública foi boa ou ruim, se o beneficiado pelo passaporte diplomático merecia ou não essa “regalia”, se é bom ou não para o interesse político externo do país, etc. O julgador deve se limitar a dizer se a concessão do passaporte em si obedeceu aos requisitos legais. Nesse caso, o problema é quando estes requisitos impostos pela lei em torno do ato administrativo discricionário são extremamente vagos, criando uma verdadeira zona cinzenta. Por exemplo: se o Presidente decidiu em seu ato que concedeu o passaporte diplomático ao Edir Macedo em razão do interesse público, como analisar se não houve de fato uma ilegalidade? Essa resposta é bastante difícil, não há afirmação pronta, depende muito do caso concreto analisado, dos fatos da situação. Mas, basicamente, podemos afirmar o seguinte: caso for comprovado que o Presidente extrapolou na sua margem de escolha para conceder este passaporte diplomático, estaria ele abusando do poder discricionário conferido pela lei e, consequentemente, seria possível a anulação deste ato de concessão. Nesse exemplo, a decisão do juiz em revogar o passaporte diplomático estaria perfeitamente adequada, levando em conta, mais uma vez, que esteja provado faticamente que houve violação dos limites da lei para a concessão desse passaporte. Caso contrário, supondo que o Juiz de fato tenha decidido de forma equivocada, o governo federal pode recorrer dessa sentença para corrigir essa injustiça nos tribunais federais de apelação.

    Outro ponto interessante desse caso que gostaria de destacar é o meio jurídico utilizado para provocar o Poder Judiciário a anular essa concessão do passaporte diplomático ao Edir Macedo: a Ação Popular. Ela é prevista na Constituição da República, no art. 5°, inciso LXXIII e regulada na lei 4.717/1965 (um fato curioso: essa ação foi criada durante o governo militar pós-golpe Castelo Branco). Muitas pessoas nunca ouviram falar dela, o que é muito triste, pois a Ação Popular é conhecida no Direito como a ação da cidadania. A ação popular é aquela que só pode ser proposta pelo cidadão, que é a pessoa com título de eleitor, e em pleno exercício de seus direitos políticos. Ela é usada com o intuito de anular ato ou contrato administrativo que viole, entre outros direitos difusos, a moralidade administrativa. É um dos mecanismos de controle mais importantes que pode ser usado por qualquer um de nós, cidadãos, para fiscalizar a Administração Pública. Além disso, para se manter como um instrumento judicial acessível a todos, essa ação é gratuita. Dessa forma, mesmo se a Ação Popular proposta por você for indeferida pelo Judiciário, ninguém será obrigado a pagar custas processuais ou honorários sucumbenciais, exceto nos casos em que for verificado a ma fé de quem ajuizou a ação. Portanto, do ponto de vista jurídico, essa ação cidadã é um dos meios legítimos mais acessíveis que temos, de forma geral, para nos proteger contra as eventuais violações do Estado, de seus atos e contratos abusivos e ilegais.

    Além disso, mais um aspecto jurídico que queria esclarecer é sobre a possibilidade de um cenário em que várias pessoas contestem, via ações populares, os atos administrativos discricionários do Chefe do Executivo. Ou seja, se vários juízes federais decidissem, ao mesmo tempo, por revogar atos administrativos do Presidente da República considerados violadores de direitos difusos, como a moralidade administrativa. Bem, é claro que, nesse cenário hipotético quase utópico, isso poderia ocasionar uma certa paralisia administrativa no primeiro momento. Digo que seja utópico, pois seria um cenário positivo em que muitos cidadãos estariam fiscalizando o governo e, além disso, estariam tomando uma atitude jurídica a respeito, mas é quase impossível disso acontecer na prática. Enfim, nesse cenário, a paralisia administrativa seria só por um momento, pois com certeza seria requisitado uma medida processual para uniformizar as decisões do Judiciário sobre esses temas: o incidente de resolução de demandas repetitivas. Ele é instaurado quando se tem uma “efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito” (art. 976, inciso I, do Código de Processo Civil). Portanto, mesmo que tal cenário aconteça em que vários juízes decidam sobre revogar ou não atos administrativos do Presidente da República, podendo trazer uma potencial insegurança jurídica, esse incidente poderia ser instaurado pelo próprio governo federal, parte nesses processos, para que o Judiciário decida de forma uniforme sobre os temas.

    Concluindo, no caso da revogação da concessão do passaporte diplomático ao Edir Macedo, não acho que houve um abuso da atuação do Judiciário, em contexto formal, pois todos os ditamos legais foram observados para inciar esse controle jurídico sobre este ato administrativo: a provocação de um cidadão, via Ação Popular, sobre possível violação da moralidade administrativa pelo ato administrativo discricionário, possivelmente abusivo, da concessão de passaporte diplomático. Teoricamente, a tutela judicial é feita no controle de legalidade do ato administrativo, não caracterizando, no meu ponto de vista, um suposto controle político do Judiciário.

    Bom, era isso que tinha para compartilhar com vocês. Espero ter contribuído com o debate sobre este tema.

    Forte abraço em vocês! Continuem esse importante trabalho no Xadrez Verbal.

Deixe uma resposta para Maurício Kubaski Cancelar resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.