Fronteiras Invisíveis do Futebol #46 – Trégua de Natal

Mais um Fronteiras Invisíveis do Futebol, especial para você ouvir durante as celebrações de Natal. O tema do programa de hoje é a trégua de Natal de 1914. Não sabe do que se trata? Não conhece o clipe de Paul McCartney? Vamos contar o que foi e como, mais uma vez, o futebol e o esporte ajuda a explicar a sociedade e a História.
Falando em História, se era uma trégua, era uma pausa no que? Na Primeira Guerra Mundial, um dos maiores conflitos da humanidade. Vamos explicar as principais origens e desdobramentos da guerra e por qual motivo tivemos uma trégua apenas em 1914. Então, prepare a comilança, reúna a família, encha os copos e dê play no seu podcast de História preferido!
Referências no programa
Livro A Primeira Guerra Mundial, de Lawrence Sondhaus
Livro World War I, de Hp Willmott
Filme Feliz Natal
Filme Sem Novidade no Front
Música O Tannenbaum, versão de Vince Guaraldi Trio
Ouça o podcast aqui ou baixe o programa.
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Filipe Figueiredo, é tradutor, estudante, leciona e (ir)responsável pelo Xadrez Verbal. Graduado em História pela Universidade de São Paulo, sem a pretensão de se rotular como historiador. Interessado em política, atualidades, esportes, comida, música e Batman.
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Muito Foda esse podcast!!
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Sobre as derrotas da armada britânica na IGM, temos que lembrar da batalha de Gallipoli quando as tropas britânicas (ANZAC) foram escurraçadas pelo exército otomano no evento que criou o mito de Mustafá Kemal (depois Ataturk) que teria pedido aos seus soldados que morressem naquela batalha. A vitória otomana espalhou uma onda de otimismo no Império e no seio dos Jovens Turcos que acreditavam que poderiam vencer a Guerra e voltar a ter um império multicontinental. Alguns autores dizem que foi desse sentimento de onipotência que veio a martelada para a execução do genocídio armênio… excelente programa, como sempre!
Sobre o enfrentamento entre Itália e Império Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial, uma das grandes consequências foi a anexação de parte do Tirol pelos italianos. O Tirol é uma região nos alpes, entre Itália e Áustria, que possuiu cultura própria e sua população fala tanto o alemão quanto o italiano. Hj ele está dividido entre a Itália (Região do Trentino-Alto Ádige) e Áustria (Estado do Tirol). A região italiana ainda é dividida em duas províncias, Bolzano e Trento, sendo que em Bolzano a imensa maioria da população fala alemão. Trentino-Alto Ádige é uma região que possuiu uma grande autonomia dentro da Itália, e atualmente possui o segundo maior PIB per capita na velha bota.
A introdução acima é pra falar sobre a grande imigração de Italianos e “Italianos” no Brasil. Um percentual significativo dos italianos que vieram ao Brasil eram na verdade tiroleses, ou seja, Austo-húngaros, pois a anexação deste território pela Itália só ocorreu em 1918, quando a grande imigração para o Brasil já havia ocorrido. Simplificando a história da perda de identidade dos tiroloeses italianos, o governo brasileiro classificava de italiano todo imigrante que falava italiano, enquanto isso na Itália o fascismo de Mussolini que reprimiu essa característica regional e tentou impôr à força a italianização da região, que acabou refletindo aqui no Brasil, portanto essa cultura foi sendo esquecida aos poucos e com o tempo os tiroleses falantes de italiano acabaram se incorporando na cultura dos demais imigrantes italianos com que dividiam as novas terras.
Descobri essa história toda quando eu e meu irmão tentamos fazer a cidadania italiana e foi negada, pelo fato de nossas famílias, tanto materna quanto paterna, não serem imigrantes italianos, mas sim imigrantes austro-húngaros da região do Tirol e falantes de Italianos. No fim acabamos conseguindo a cidadania por uma vertente Vêneta da família. Anteriormente o governo italiano, mediante a grande demanda por cidadania de tiroleses italianos, abriu uma janela temporária entre o ano 2.000 até 2.010 para que estes descendentes conseguissem a cidadania, após essa data não é mais possível.
E sobre as batalhas nos Alpes, no cume do Monte Grappa, há um gigantesco memorial militar lembrando dos soldados que perderam a vida na primeira guerra mundial. É um dos maiores ossários da guerra, no setor norte estão 10.295 austro-húngaros (muitos tiroleses que, obviamente guerrearam pelo exército do Império Austro-Húngaro) e no setor sul 12.615 italianos.
Parabéns pelo programa.
Antes de mais nada, Tenham boas festas! Um ano de muito trabalho e imagino que de Muito crescimento. Quero deixar uma pequena curiosidade, a música tocada no final do episódio era conhecida por mim e pra minha família como a música de Natal do Especial ” O Natal de Charlie Brown”. Onde curiosamente o protagonista tem que ler o livro ” Guerra e Paz” durante os preparativos das festas de final de ano.
Grande abraço. E recomendo a animação, está disponível no Facebook.
No YouTube na verdade. Rs
Corrigido, A música toca no Especial de Natal, mas ele tem que ler no especial de ano novo.
Olá, gostei muito do programa. Como mencionado que a trégua não agradou os superiores de diversos lados do conflito eu gostaria de fazer um adendo . . .
Os superiores ficaram com medo que incentivasse revoltas e deserções que eram mais comuns no fronte oriental da guerra. Incentivos para os soldados se revoltarem contra seus superiores o que levaria as Revoluções Russas.
Embora no dia trégua a Russia não estivesse em uma revolução. Já era possível ver motins.
Mandem um abraço para Andrea Güsser, minha namorada! Ela está aprendendo português ouvindo vocês (olha a responsabilidade que vocês têm) e se diverte com as pronúncias de vocês em alemão. Sempre ouvimos xadrez verbal viajando de Viena para Graz para visitar os pais dela.
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