Xadrez Verbal Podcast #20 – Síria, conflito religioso, Brasil e Bolívia

Putin aumentou a presença russa na Síria e, alguns dias depois, a imprensa dos EUA diz que Obama vai diminuir a presença do seu país no conflito sírio. Vitória da Rússia e de Assad? Como está a situação? E o autointitulado Estado Islâmico, como fica? Vamos falar bastante do conflito sírio, mas não é o único tema do Oriente Médio no programa de hoje. Os conflitos em Jerusalém correm o risco de escalonar, já existe o temor de uma nova intifada.
Repetimos a pergunta feita antes: de quem é Jerusalém? A posse de locais sagrados e a destruição de sítios arqueológicos são discutidas. Finalmente, novas relações entre Brasil e Bolívia estão na Coluna Aberta. Fechando o programa, Espanha, Líbia, acordo Transpacífico, desabafos, semana na História e dicas culturais para os melhores ouvintes da galáxia.
Você nem sempre tem tempo, mas precisa entender o que acontece no Mundo, ainda mais porque o planeta está uma zona. Toda semana, Matias Pinto e Filipe Figueiredo trazem pra você as principais notícias da política internacional, com análises, críticas, convidados e espaço para debate. Toda sexta-feira, em menos de uma hora, você se atualiza e se informa.
Dicas do Sétimo Selo
Filme Zona de Risco, de Chan-wook Park, trailer aqui
Música For no one, dos Beatles
Textos e links
Rádio B92, da Sérvia e livro B92 – Rádio Guerrilha
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A revista de política internacional do Xadrez Verbal é feita na Central 3, confira o restante da programação aqui.
Filipe Figueiredo, 29 anos, é tradutor, estudante, leciona e (ir)responsável pelo Xadrez Verbal. Graduado em História pela Universidade de São Paulo, sem a pretensão de se rotular como historiador. Interessado em política, atualidades, esportes, comida, música e Batman.
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Felipe, parabéns pela participação no Anticast sobre a Iugoslávia! Poderia fazer um vídeo sobre a expansão nipônica no pré e durante a II Guerra? Fica a ideia. No mais, sou microbiologista, mas seu site e podcasts fazem meu gosto por história permanecer vivo! Abraços
Guilherme, obrigado pelo apoio e pela sugestão. O militarismo japonês está num ótimo momento para ser discutido. Um abraço.
tem relação com o brasil essa bosta? aeuheauhaeuhaeuhae
Em relação com o falou em 17min35s, foi trolada ou era pra entrar no podcast mesmo? (Sim, gosto da coisa bem escrachada)
Bom crepúsculo a todos.
Mais um excelente programa Matias e Filipe, parabéns pelo trabalho.
Agora sendo um pouco chato, mas falar que liberais apoiam Pinochet por causa de sua gestão econômica não é correto.
É algo parecido com falar que Bolsonaro pai é liberal. O Liberalismo clássico abomina qualquer tipo de totalitarismo, uma pessoa que apoia um governo opressor não é liberal, mas sim conservador (ou leninista).
Veja, a ditadura jamais deve ser vista como um meio justificável para a implantação de reformas liberais (ou qualquer tipo de reforma), por mais necessárias e desejáveis que elas sejam. A ditadura é a mais perigosa das instituições políticas e facilmente produz resultados catastróficos. Isso porque um ditador não está restringido por nenhuma discussão ou debate público, o que facilmente o permite levar o país a desastres que poderiam ter sido evitados caso houvesse a liberdade de se criticar suas ações e de se fazer oposição a elas. E mesmo quando suas políticas parecem estar certas, o fato de que elas são impostas contrariamente à opinião pública apenas faz aumentar a impopularidade delas, dificultando ainda mais qualquer necessidade de mudança permanente.
Sobre a Thatcher, há inúmeras ressalvas. O estado britânico chegou ao fim da sua era sendo um fardo parasítico ainda maior sobre a economia britânica e a sociedade do que era quando ela assumiu o poder. Infelizmente, o thatcherismo é muito similar ao reaganismo: retórica livre-mercadista mascarando um conteúdo estatizante. Exceto pelas privatizações, o fardo estatal aumentou sob Thatcher. Na visão de inúmeros economistas o critério mínimo para que um regime receba a alcunha de “pró-livre mercado” seja o fato de ele cortar seus gastos totais, cortar impostos em geral e, consequentemente, reduzir suas receitas. Além disso, é imprescindível que ele interrompa decisivamente sua própria criação inflacionária de dinheiro. Mesmo por este certamente muito modesto padrão de medida, a administração Thatcher passou longe de ser digna de tal alcunha.
E só pra complementar, tem Chicago Boy dizendo que imposto é investimento, eu não levaria eles muito a sério.
Caro Rafael,
Obrigado pelo seu comentário e eu entendi o que vc quer dizer, porém, faço algumas observações e proponho uma reflexão.
Primeiro, não confundamos liberalismo político com liberalismo econômico. Uma pessoa pode, sim, advogar pelo liberalismo econômico e ser politicamente conservadora. Era o caso de Pinochet (pra dizer o mínimo) e uma coisa não está necessariamente ligada a outra. Na sua exposição, talvez sem querer, vc trata as duas como indivisíveis. Adam Smith e Thomas Jefferson não precisam, necessariamente, andar juntos.
Segundo, Thatcher, Pinochet, Reagan e diversos outros, além dos que vc citou, possuem sim um legado de economicamente liberais. Analisar mais a fundo é necessário? É, mas ainda impõe a necessidade de reflexão sobre a própria validade do discurso economicamente liberal que, como dito por vc, muitas vezes é mera máscara para efeitos nocivos; na sua ótica, efeitos nocivos para o mercado, na minha, máscara para efeitos nocivos para a população.
Não coincidente que a morte de Thatcher foi celebrada nos estádios ingleses. “The witch is dead”.
Já minha proposta de reflexão é: o quanto dessa teoria extremamente liberal, especialmente em sua perspectiva econômica, tão vigente nos últimos anos, não é utópica? Tão utópica justamente quanto algumas matizes do socialismo?
O liberalismo econômico e o autoritarismo andaram de mãos dadas por meio mundo durante meio século, seja sob a justificativa de “combater o comunismo” ou pq era conveniente aos antigos dominadores pós-descolonização.
Mesmo Mises, tão em voga nesses tempos que citei, admitia o fascismo como uma forma de evitar o “mal maior”, o comunismo bolchevique.
E não necessariamente precisamos pensar no autoritarismo. Pensemos no ordoliberalismo alemão, de muito sucesso, em que temos um mercado liberal, mas que é imposto (no sentido de imposição) e vigiado pelo Estado.
Até pq, lembremos, o próprio mercado, em diversos e amplos casos, não é liberal. Seja o presidente da Vivo pedindo ajuda ao Estado para “combater” o Whatsapp, sejam os cartéis, monopólios, etc.
O discurso da competição que gera produtos melhores para a população é muito sólido, até a hora em que a competição acaba por iniciativa do próprio mercado ou que o carro “que polui menos” é uma fraude.
E aí você pode dizer “mas Filipe, cartel e monopólio não são liberais”. E é exatamente meu ponto. O quanto desse discurso é utópico, intangível para as próximas gerações. A teoria liberal clássica pura esbarra na realidade, assim como o socialismo utópico.
Me alonguei demais, desculpe, e espero que não tome minha proposta como ofensiva.
Um abraço e obrigado por acompanhar o trabalho
Só pra complementar alguns pontos que talvez ficaram abstratos. Me considero um Liberal romântico, pois não consigo desconciliar o liberalismo social do econômico. Luto por um dia alcançarmos a junção de ambos, pois acredito que essa seja forma “menos pior” de viver. Isso se dá porque infelizmente não consigo ver nem para um futuro longínquo o fim do estado de escassez. Há sim falhas no liberalismo (como em qualquer outra ideologia), não enxergar isso é se transformar em um cego ideológico. Acredite, sou uma pessoa extremamente crítica em relação a essas falhas. Pois é apenas se questionando e vendo outros pontos que iremos chegar em um lugar melhor.
No mais, gostaria de agradecer pelo seu comentário (que de forma alguma ficou ofensivo) e dizer que ainda espero incomodar muito mais vocês. Abraços.