Um ano de Papa Francisco – Parte Um

Caros leitores,

Não sei se conseguirei postar um texto completo hoje. Talvez o faça no fim da tarde. De qualquer forma, é uma data interessante, pois hoje o Papa Francisco completa um ano de seu papado. Como a grande maioria de vocês deve saber, Jorge Bergoglio era um cardeal argentino que foi escolhido Papa no conclave realizado nos dias doze e treze de Março de 2013. Sucedeu o Papa Bento (ou Benedito) XVI, anteriormente cardeal Ratzinger, alemão, que teve a árdua missão de substituir o Papa João Paulo II, visto por muitos como extremamente carismático. A renúncia de Bento XVI ao papado se deu 719 anos após a última renúncia por livre e espontânea vontade de um Papa. Bento XVI manteve o título papal e vive em uma espécie de reclusão meditativa em um lar monasterial.

O Papa Bento XVI anuncia sua renúncia.  Foto: L'Osservatore Romano/Associated Press

O Papa Bento XVI anuncia sua renúncia.
Foto: L’Osservatore Romano/Associated Press

Após essa breve introdução, aproveito a data para dar duas dicas relacionadas aos personagens citados; inclusive, é por isso que há um “Parte Um” no título do post, pois pretendo escrever um texto analítico sobre esse ano de papado. Sobre Bento XVI, recomendo o documentário Mea Maxima Culpa – Silêncio na Casa de Deus, da HBO, vencedor do Emmy de Melhor Documentário ano passado, que trata dos casos de pedofilia dentro da Igreja Católica nos EUA e seu acobertamento pelo Vaticano; o documentário é centrado no caso de uma escola católica para crianças surdas. Alguns conspiracionistas acreditam que o documentário possa até ter influenciado na decisão de renúncia do Papa; eu acho isso improvável.

O documentário é interessante, entrevista algumas vítimas e testemunhas de tais abusos, teve grande repercussão nos EUA e aborda o cardeal Ratzinger como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cujas raízes estão na antiga Inquisição. Em tal alto posto, Ratzinger seria o responsável por impedir que tais escândalos viessem à tona, dentre outras funções. Faço a ressalva de que o doc tem alguns momentos sensacionalistas (ou, no mínimo, emotivos), então, assista com o senso crítico ligado. E ele tem uma atmosfera pesada, também.

O diretor e narrador do documentário é Alex Gibney, diretor dos documentários Enron: The Smartest Guys in the Room, indicado ao Oscar em 2006, e de Um Táxi para a Escuridão, vencedor do Oscar de 2008 (recomendo bastante o segundo). O documentário está legendado em português, em seis partes, com a primeira logo abaixo.

Sobre o Papa Francisco é complicado fazer alguma indicação ligada diretamente ao homem; mas, interessante lembrar que Francisco é o primeiro papa da Companhia de Jesus, também conhecidos como jesuítas. A Companhia tem uma história de aproximações e distensões com o próprio Vaticano e com governos seculares, além de um papel proeminente em certo período da América portuguesa, o Brasil colonial.

No filmaço A Missão, a Companhia de Jesus é retratada em seu papel catequizador na área das Missões, região da fronteira com Argentina e Uruguai, foco de tensões entre Portugal e Espanha por séculos, e entre os futuros Estados nacionais também. O efeito da administração pombalina, aspectos ideológicos e mercantis do processo de colonização, a relação entre brancos e indígenas, o Tratado de Madrid de 1750, tudo isso está presente. Além de um filmaço, é uma ótima fonte de temas da História do Brasil. O trailer está abaixo, legendado. O filme não é difícil de ser encontrado, seja na internet, seja em mídia física.

Dirigido por Roland Joffé, com Robert De Niro e Jeremy Irons nos papéis principais, o filme ganhou a Palma de Ouro em Cannes, em 1986, foi indicado a sete Oscars (levou um), a trilha sonora, do lendário Ennio Morricone, ganhou diversos prêmios e o filme também foi escolhido como número um na lista de 50 maiores filmes religiosos da revista britânica Church Times. A premiada trilha sonora pode ser ouvida, na íntegra, aqui. Assistam, é tudo que posso dizer.

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