Xadrez Dominical – Submarino

Caros leitores,

Ligeiramente atrasado, vamos ao Xadrez Dominical da semana. Avisei ontem que o post atrasaria, de qualquer forma, peço desculpas. Segunda-feira, dia 17 de Fevereiro, foi o aniversário de 150 anos (já que vocês gostam de datas redondas) do primeiro episódio de afundamento de um navio por um submarino, o H. L. Hunley, da marinha dos Estados Confederados da América, que afundou o USS Housatonic, da marinha dos Estados Unidos da América, durante a Guerra Civil Americana. Sendo assim, o tema do Xadrez Dominical é os submarinos.

Indian Navy Akula SubmarineObviamente um tema desse tamanho não poderá ser coberto totalmente aqui; além disso, aspectos técnicos e de engenharia serão deixados de lado, o foco será cultural, como sempre.

Filmes. Existe um filme feito para TV sobre o episódio histórico citado, chamado The Hunley, com Armand Assante e Donald Sutherland; nunca assisti, mas talvez valha a pena buscar e assistir, pois os filmes, mesmo os feitos para televisão, sobre a Guerra Civil Americana são sempre muito bem produzidos, devido o entusiasmo do público pelo tema. Roteiro e atuação já são outro departamento…

Um dos períodos mais férteis de histórias de guerra submarina é a Guerra Fria, já que os grandes submarinos nucleares eram a ponta de lança da marinha soviética. Recomendo dois filmes que tratam do tema. K-19: The Widowmaker é um filme baseado nos eventos reais do submarino de mesmo código (K-19), que sofreu um acidente em seu reator nuclear em alto mar. O filme é um “pipocão”, não espere grandes atuações nem nada. Mas um bom roteiro, uma produção cuidadosa e Harrison Ford e Liam Neeson garantem uma boa diversão.

O outro é o clássico Caçada ao Outubro Vermelho, primeira adaptação para o cinema de alguma história do personagem Jack Ryan, dos romances de Tom Clancy (o personagem é o protagonista de outros três filmes, intepretado por Alec Baldwin, Harrison Ford e Ben Affleck). Além de Baldwin, o filme tem Scott Glenn, Sam Neill, James Earl Jones, Tim Curry e, claro, Sean Connery, com seu sotaque russo-escocês. Além disso, o filme tem trilha sonora de um dos maiores compositores do cinema, Basil Poledouris, e uma cena extremamente genial para a mudança de idioma falada pelos personagens. Se querem um thriller, assistam.

Mas o filme supremo sobre submarinos não se passa durante a Guerra Fria, mas durante a Segunda Guerra Mundial, palco das maiores ações de submarinos da história, que criou heróis, lendas e vilões. Das Boot, traduzido como O Barco: Inferno no mar, é um clássico de Wolfgang Petersen. Como parâmetro do que estou falando, a nota do filme no site Rotten Tomatoes, que agrupa milhares de resenhas sobre filmes, é de absurdos 98%. Recomendo assistir a versão do diretor, que tem cerca de três horas e meia, dividido em duas partes. Assistam, ponto final (o filme está disponível na íntegra no Youtube, mas ou dublado em português ou no idioma original, alemão; é facilmente encontrado para baixar e as legendas em português também são fáceis)

Livros. O clássico que basicamente inaugurou o tema, antes mesmo dos submarinos, é Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne, editado no Brasil pela Zahar. O livro de Lothar-Günther Buchheim que inspirou o filme Das Boot, intitulado Submarino, é publicado no Brasil pela BestBolso; ainda em inspiração de filme, temos o romance do Caçada ao Outubro Vermelho, de Tom Clancy, que era editado pela Record e pode ser encontrado facilmente em sebos. Finalmente, um livro que não é romance: Submarine, de Tom Clancy, é uma compilação de informações e análises sobre os submarinos do mundo. Hoje o livro está um pouco obsoleto, mas ainda é uma ótima referência.

Outro livro, esgotado no mercado nacional, é Kursk – O orgulho perdido da Rússia, que era editado pela finada Landscape, sobre o trágico acidente, ainda não muito esclarecido, que em 2000 vitimou 115 marinheiros russos e colocou uma série de pontos de interrogação na segurança de arsenais e reatores nucleares no mar. Você pode acessar o memorial aos mortos aqui e ler a cobertura especial da BBC aqui, em inglês, sobre o acidente, que foi parcialmente reproduzida em português pelo Terra. Também pode ver um documentário sobre a operação de resgate dos destroços aqui. Finalmente, o polêmico documentário francês Kursk – A submarine in troubled waters (Kursk – Um submarino em águas turbulentas), que aborda a teoria de que o Kursk foi afundado, intencionalmente, em decorrência de uma colisão com um submarino dos EUA que, junto com outro submarino dos EUA e um submarino britânico, monitoravam o exercício que o submarino russo fazia parte.

Outro documentário interessante é o docudrama Sinking of the Lusitania: Terror at Sea, sobre a primeira grande tragédia internacional derivada da guerra submarina, o afundamento do navio de passageiros RMS Lusitania, em 1915, por um submarino alemão, o U-20, durante a Primeira Guerra Mundial, que matou cerca de 1200 civis e foi fator decisivo na entrada dos EUA na guerra contra o Império Alemão.

jornalFinalmente, um documentário sobre a guerra submarina no Oceano Atlântico durante a Segunda Guerra Mundial, abordada em um dos episódios da série Battlefield, que é, de muito longe, a melhor série de documentários sobre a Segunda Guerra. O episódio está na íntegra e no idioma original, mas legendas são facilmente encontradas.

Sobre o Brasil, você pode ler este artigo sobre a história dos submarinos brasileiros, de 1914 até os dias de hoje; lembrando que o Brasil é dos poucos países que domina a produção de submarinos, e o único na América Latina.

Ah, e as músicas? Bem, não conheço muitas músicas sobre o tema,para ser sincero. Run silent, run deep, do Iron Maiden (de seu pior disco da fase clássica), que é baseada no livro de mesmo nome (que também originou um filme, mas nunca assisti nem li). E, claro, um dos maiores clássicos do rock…

Gostaram? Não gostaram? Mais dicas? Comente.

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